Capítulo 7 Introdução ao planejamento de pesquisas
O estudo de uma realidade ainda não compreendida impõe ao pesquisador a formulação de hipóteses sobre suas possíveis causas, qualquer que seja a área do conhecimento:
- ciências biológicas;
- ciências exatas;
- ciências agrárias;
- ciências humanas;
- ciência sociais e outras.
Uma hipótese é uma conjectura racional feita após um grande número de observações e experimentos; é uma tese que precisa ser confirmada ou verificada por meio de novas observações e experimentos.
Uma teoria científica é transitória. Uma conjectura temporariamente sustentada que um dia poderá ser refutada e substituída por outra.
Conclusões baseadas em raciocínios plausíveis são provisórias, ao contrário daquelas produzidas por raciocínios demonstrativos. Considere as hipóteses a seguir:
Exemplo: Crianças socialmente isoladas assistem mais televisão do que crianças bem integradas a seus grupos?
Exemplo: Famílias constituídas por um só dos genitores (pai ou mãe ausentes) geram mais delinquentes?
Exemplo: Diferentes tipos de uso do solo urbano influenciam na taxa de ocorrência de crimes?
Só após ter-se bem definido pelo pesquisador o que seria uma criança socialmente isolada e uma criança bem integrada a um grupo; assim como o que seria família, genitor ausente e até mesmo o que é um delinquente, o que é um crime e quais são os usos do solo urbano é que se pode avançar com o planejamento da pesquisa até a sua execução (entrevistas com crianças que responderiam o número de horas que passam defronte à televisão por dia ou um levantamento comparativo que permita verificar se há alguma correlação entre o comportamento social e o ambiente familiar de origem).
É necessário ao pesquisador testar suas hipóteses com informações trazidas da realidade estudada mesmo que, aparentemente, pareçam verdadeiras porque, caso contrário, seu julgamento seria conduzido baseado em ideias pré-concebidas por experiências pessoais anteriores, muitas vezes tendenciosas, resultando em conclusões cientificamente nulas.